Pode uma pessoa sob medicamentos psiquiátricos experimentar o “acordar da consciênca”? Eckhart Tolle responde [VÍDEO]

Sim e não, depende do medicamento, da quantidade, da frequência, e também do distúrbio ou da doença, afirma o autor alemão Eckhart Tolle (“O Poder do Agora”, “O Despertar de Uma Nova Consciência”). “Posso lhe fazer uma pergunta?”, retruca Eckhart ao questionador. “Você está tomando medicamentos?”. O questionador responde: “Sim”. Eckhart então pergunta: “E você está aqui?“.

Essa é a versão curta da resposta, uma síntese da resposta completa que está no vídeo abaixo, de 7min34seg, com legendas em português. Explicando com mais detalhes, citando aspectos mais fundamentais que os medicamentos, como a vontade de acordar, e falando dos obstáculos que enfrentamos hoje, como as crianças que vem sendo medicadas muito precocemente, a ausência de qualquer conceito de transformação da consciência no verbatim psiquiátrico, e citando também a experiência do sábio indianio Ramana Maharshi, que aos 16 ou 17 anos teve uma transformação da consciência que seria considerada pela civilização ocidental uma “doença mental muito séria”, Eckhart contrapõe o espaço que se dá à transformação, à atenção presente, e o desequilíbrio que pode obscurecer a consciência.

Agradecimentos ao usuário “Conexão Espontânea” que traduziu e publicou esse vídeo no YouTube.

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21 Comments

  1. Há uma pequena parcela da psiquiatria e da psicologia que acolhe e até auxilia nesse processo de transformação. Boa parte dos psi, por não terem essa vivência, ficam mesmo restritos aos diagnósticos patológicos tradicionais. Uma boa leitura em portugues é “Emergência espiritual” do psiquiatra e pesquisador Stanislav Grof.

    1. says: norma7

      Marcos,
      A tua info já tem endereço certo a seguir. Que a Vida retribua teu interesse no bem-estar do próximo.
      Boa Sorte, Norma

    2. says: Sérgio Taza

      Torno a repetir, que isso é psiquiatria (ou quimoioterapia) EPERIMENTAL. Não conheço sequer UM médico ou psiquiatra que tenha jamais tomado (deve haver um par deles…) esses assim chamados remédios alopáticos psiquiátricos. A própia expressão tarja preta já incrimina o próprio emédio. Existe toda uma “aura persecutória” nessas expressões, tarjas [pretas], quimioterapia, remédio psiquiátrico, psiquiatria, minha visão deste assunto é que os asim chamados “pacientes” psiquiátricoss são seres socialmente proscritos. A senhora Norma convive com alguém com mal de parkinson. Eu convivo com alguns que tomam Rivotril, Aldol e outros, e já visitei diversas “instituições” assim chamadas… , assim como assevera o Dr. Thomas Szazs, o paciente psiquiátrico é um ser políticamente estigmatizado. Quando você não concorda com a atitude de alguém, como meu aluno de Reiki e meditação M.T., o chama de maluco e em caso de irritação da pessoa, vocês a internam em H.Ps. sem direito a advogado (parece que agora existe essa possibilidade!). Torna-se um caso POLÍTICO, ADVOCATÍCIO, não psicológico. Namaste. Om.

    3. Apesar de termos psiquiatras que foram fundo nesse processo de transformação (o chileno Claudio Naranjo, por exemplo), essa parcela é realmente muito pequena.

      Obrigado pela sugestão de leitura, ainda não li nenhum livro dele e me interesse por esse título.

      Namastê.

  2. Já comentei em minha página do Facebook.

    Mas os remédios (fortes, c/alta dosagem química), etc. não alteram a índole, nem a vontade, nem a personalidade de ninguém,
    altera – de vez em quando – notadamente, as
    expressões faciais, visível desequilíbrio o que não significa o cérebro.

    Sou uma testemunha viva, que convive diariamente com uma pessoa que toma mais de 9 remédios diariamente para o mal de Parkinson,
    que atacou inclusive a visão e a memória, mas
    tudo de uma maneira encarável pelo próprio
    paciente, muito natural e sendo tratado com carinho e participando ativamente do dia a dia de tudo. Posso dar depoimentos e apresentá-lo.
    E esta pessoa sofreu perdas e é admiravelmente um ser meigo e dócil, que abraça a vida sem nenhum exagero ou desequlíbrio mental.

    maria thereza p.m.montenegro

    1. Depoimento importante, Maria Thereza. O testemunho pessoal é sempre um elemento muito valioso nessa reflexão.

      Ainda assim, não sei se esse é exatamente a questão. Temos que atentar para não confundirmos a ausência de “alterações negativas” (por assim dizer, para aquém da saúde) com a plena capacidade de sublimação da mente. O Ayurveda, por exemplo, possui uma série de conhecimentos a respeito do equilíbrio da mente e do corpo, do estado que se denomina de “sátvico”, que, sem qualquer uso de remédios, provoca uma elevação e lucidez mental notáveis. Eu mesmo, em minha prática, faço essas recomendações ayurvédicas como parte do tratamento terapêutico e o resultado é visível. Sri Nisargadatta Maharaj tem um livro chamado “The Ultimate Medicine” onde ele fala do papel de satva (e das trigunas) na elevação e iluminação humana.

      Minha dúvida, nesse caso específico, é se o uso desses remédios mais pesados e com efeito direto nos estados mentais e no sistema nervoso permitem que um paciente atinja esse equilíbrio e harmonia com sustentabilidade.

      Obrigado por seu depoimento.
      Namastê.

    2. says: Jesuíno

      Eu mesmo considero, a mim, mais prejudicial a marijuana a ritalina (a marijuana usei por anos a fio, e parei e usei ritalina um tempo).

      Estou sempre em cima do muro, se pensar racionalmente.

      Racionalmente a maconha deveria me fazer menos mal que um pfizer, certo? a maconha é até mesmo sagrada, certo?

      Mas acontece que é o meu caminho, e só. Prefiro acreditar num fim sem medicamentos, e que o déficit no lobo frontal se dê mis por consequencia da inconsciencia induzida pelo way of life que algo congenito.

      De qq forma, fica o testemunho…

    3. says: Lucia Lobato

      Li seu depoimento e sugiro que seu amigo procure o médico que tratou o ator Paulo José, acometido de Mal de Parkson, com resultados favoráveis. Não sei se é no Rio ou São Paulo.

  3. Estou tomando medicamentos (serrazina e bromazepan) pela segunda vez em 2 e 1/2 anos, num diagnóstico de CID-10. No primeiro episódio, fui levado a um despertar de consciência, depois parei com a medicação. Neste segundo – que se iniciou há uns 6 meses, paulatinamente – parece que revivi o mesmo trauma – que não havia sido curado – e a depressão foi mais forte, com ocorrência de pânico. Parecia impossível sair, parecia à beira da loucura . . . apesar de meditar há mais de 30 anos, não havia espaço para a observação, parecia tomado. Com o auxílio de medicação prescrita pelo mesmo psiquiatra, hoje estou me recuperando, e embora ainda sujeito a recaídas, cada vez mais capaz de perceber a luz, e de buscá-lá. Quanto mais alto o pico, mais profundo o vale. Quanto mais profundo o vale, mais alto o pico. Me lembro relatos de que Gautama foi “perseguido por demônios” antes do seu despertar. Parece que os desafios são maiores quanto mais altos são os picos ainda a alcançar. Tudo é um processo – me parece – de se ancorar no aquieagora, encontrar a luz, e iluminar à sua volta. As “doenças psiquiátricas” servem para nos trazer de volta ao caminho, já que não há espaço no ocidente para estes “surtos” de consciência, onde enxergamos a escuridão, onde trazemos luz para o que antes não era possível vermos. Meu vislumbre é que falhei no compartilhar do primeiro despertar, e continuei na mesma vida. Hoje estou dando boas vindas e esperando ativamente a transformação. Namastê 🙏

    1. Belíssimo depoimento, Augusto.

      Não entendi direito se o primeiro episódio foi durante o tratamento com os remédios ou antes (ou depois), mas, de uma forma ou de outra, me parece que “servem para nos trazer de volta ao caminho” é uma declaração de máxima lucidez. Além de Gautama, aquele jovem de Nazaré também (segundo é dito na literatura, pelo menos) sofreu a visita dos denominados demônios antes de sair do seu retiro de 40 noites no deserto. Ou, talvez, POR CAUSA da visita ele foi capaz de sair…

      Muita paz e luz nesse momento do teu caminho. Obrigado por compartilhar.

      Namastê.

  4. says: Sérgio Taza

    PEÇO DESCULPAS: REVISEI O TEXTO!!!
    Tudo isso de quimioterapia tarja preta é, em meu entender, EXPERIMENTAL. Não conheço sequer UM médico ou psiquiatra que tenha jamais tomado (deve haver um par deles…) esses assim chamados remédios alopáticos psiquiátricos. A própia expressão tarja preta já incrimina o próprio emédio. Existe toda uma “aura persecutória” nessas expressões, tarjas [pretas], quimioterapia, remédio psiquiátrico, psiquiatria, minha visão deste assunto é que os asim chamados “pacientes” psiquiátricoss são seres socialmente proscritos. A senhora Norma convive com alguém com mal de parkinson. Eu convivo com alguns que tomam Rivotril, Aldol e outros, e já visitei diversas “instituições” assim chamadas… , assim como assevera o Dr. Thomas Szazs, o paciente psiquiátrico é um ser políticamente estigmatizado. Quando você não concorda com a atitude de alguém, como meu aluno de Reiki e meditação M.T., o chama de maluco e em caso de irritação da pessoa, vocês a internam em H.Ps. sem direito a advogado (parece que agora existe essa possibilidade!). Torna-se um caso POLÍTICO, ADVOCATÍCIO, não psicológico. Namaste. Om.

  5. says: Sérgio Taza

    FALOU-SE DE RAMANA MAHARSHI.
    Conhecendo a vida do Mestre OSHO, sabe-se que no início de seus vislumbres da Iluminação, toda a familia e todos os amigos achavam que ele estava enlouquecido. Ele mesmo decidiu se resguardar e ficou deitado numa esteira (lembra o candomblé…) por muitos dias, num quarto pequeno que um amigo lhe emprestou… O médico da família compreendeu o que estava se passando (ayurvédico e habilitado a entender o fenômeno da Iluminação – esclarescimento, em geral súbito de todos os processos interiores…) e explicou à familia, que ficou apaziguada, e aguardou a recuperação. Pouco depois, ocorreu a Iluminação… Namaste. Om.

  6. says: norma7

    Sérgio,
    Desculpe-me a informalidade.É o que assunto e o momento pedem. ;)
    Apenas uma correção: O amoroso relato da vivência com um “experimentador” do mal de parkinson foi compartilhado pela Ma. Theresa, acima

    No meu caso, a pessoa ‘querida’ a que me referi, sofreu (no processo de despertar da consciência) mudanças de atitudes/hábitos tão grandes, que lhe trouxeram transformações físicas (em um curto espaço de tempo, ao meu ver)que a tornou irreconhecível para muitos. (Algo, mal comparando, o ocorrido com o Osho, visualmente falando, para quem conhece as fotos).
    E, não fazendo julgamento de valor, se para bem ou para mal – apenas me atendo ao fato -, passei a indicação do livro dada Marcos. (Desconheço se foi necessário apoio químico pesado).

    Grata por permitir o meu contato com o Ser amoroso que, também, vive dentro de tu.

    _/\_ (gasshô) Boa Sorte!
    Norma

  7. Penso que o período que antecede uma iluminação, pode ser visto por alguns como “loucura”, mas é esse deslocar de consciência que levará a uma transformação interior profunda e indispensável para a ascensão. Os remédios,a meu ver, como disse o dr.Tolle, dependendo da dosagem, podem até alterar o ritmo desse despertar de consciência, mas não poderão impedir isso, uma vez que essa iluminação transcende o puramente físico.
    Namastê.

  8. says: Cau

    Já passei pela experiencia de introduzir remédio psiquiátrico no meu sistema. Lembro claramente que tive sindrome de pänico e que por sorte minha, tenho um amigo pessoal que é um excelente neuro psiquiatra. Ele me chamou e disse: esta substancia é o que temos hoje como ferramenta para deter o medo paralizante. Voce pode lancar mao dela quando sentir que nao pode realizar as tarefas cotidianas habituais por um sintoma que te gere estagnacao. Se tratava do Rivotril. A recomendacao do meu amigo era partir o comprimido ao meio e colocar em baixo da lingua. Minha percepcao é que isso foi útil por um tempo, enquanto voltava do congelamento. Outras percepcoes em relacao ao efeito colateral da substancia em meu corpo e conciencia é que esses medicamentos nublam a percepcao. Voce fica mais lento, menos ativo e mais letárgico. Estou no caminho espiritual desde 1987 pelo menos.Já estudei detidamente Emergencia Espiritual de Grof, livro venerado por este meu amigo.Este ano tomei uma desisao: nao introjetar mais nenhuma substancia sintética produzida pela industria farmaceutica em meu sitema. Esta posicao é uma forma de acelerar meu processo de evolucao, esta mais “limpo” e principalmente de viver plenamente o que acredito e apenas usar as ferramentas relacionadas ao corpo de conhecimento que acumulei nestes anos de busca. A minha crenca do momento é que nao preciso de nada além de praticar Yoga, Tai Chi( sou instrutor desta tecnica milenar chinesa), atividade física mais intensa e viver segundo o que elegi no meu caminhar.

    1. Cau, obrigado por esse rico relato pessoal.

      É interessante, no Ayurveda, esse efeito “nublador” é uma das características da predominância de “tama-guna” sobre a mente (e o corpo), neste caso, produzido por um componente externo químico que se impõe ao sistema. Tama-guna poderia ser definido por inércia ou ignorância (ou “escuridão”, que tem muito a ver com nublado). Muitos vêem o estado iluminativo como além das trigunas, mas é a sattva-guna (ou “harmonia”, “equilíbrio”… ou mesmo “luz” e “clareza”) que é o estado adquirido pelo sistema que se ilumina. Embora o medicamento psiquiátrico ajude a controlar estados psicóticos ou mentais mais problemáticos, ele teria inevitavelmente esse efeito escurecedor, ou “nublador”.

      Ainda assim, revendo o vídeo do Echkart, a resposta dele me parece bastante apropriadamente inclusiva. como você mesmo diz no teu relato, é notável a lucidez com que caminha e a percepção que teve sobre os próprios processos, na mente e corpo.

      Obrigado novamente.

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