Dopamina não é sobre a felicidade, é sobre a busca da felicidade, Robert Sapolsky

Todo mundo associa a “dopamina” (neurotransmissor do cérebro) com o efeito de uma ação de prazer ou de algo que envolva uma recompensa “prazerosa”, algo que envolva conseguir um estado onde se está feliz. Mas Robert Sapolsky, professor de Neuriciência e Ciências Biológicas da Universidade de Stanford (EUA), tem uma correção a fazer sobre essa associação: “em vários experimentos, o disparo de dopamina acontece ao ser dado um sinal para uma ação, e não após a recompensa“, diz ele numa palestra na California Academy of Sciences, publicada na íntegra no ForaTV — e um trecho traduzido abaixo por este blog.

“A dopamina não tem a ver com o prazer, tem a ver com a antecipação do prazer. É sobre a busca da felicidade, e não a felicidade em si”, diz ele, relatando estudos feitos com macacos treinados com sinais, tarefas, intervalos e recompensas. “Mas, ao contrário dos macacos, o que é único a nosso respeito é que somos capazes de manter os níveis de dopamina altos por décadas e décadas“.

O que isso significa? Que nós podemos ter o disparo de dopamina antes de comer um chocolate? Antes de jogar uma partida de tênis? Antes de fazer sexo? Antes de tomar uma xícara de café?

Sapolsky também afirma que, se você cortar a recompensa, o disparo de dopamina não acontece. Há uma relação com o saber que a recompensa existe e que ela virá, de antecipá-la. Então, mesmo disparando antes de você comer um chocolate, a dopamina vai precisar constatar a chegada do chocolate para que continue atuando das próximas vezes. Por isso, a surpresa está no fato que a neurotransmissão do prazer acontece porque você simplesmente sabe que a experiência que lhe dá prazer está para acontecer, e, mesmo antes de ser realidade, seu cérebro já recebeu o sinal para ser feliz.

Abaixo, o vídeo traduzido e legendado:

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